No início da década de 90, poucos surdos de Juiz de Fora se encontravam para troca de informações e bate-papo. Eles sentiram que existiam mais surdos na cidade, que poderiam participar nos encontros. A partir dali, foi se fortalecendo, onde havia troca de informações, idéias e discussões sobre dificuldades e conflitos vivenciados por eles e ideais para a melhoria da qualidade de vida da comunidade surda. Um surdo juizforano foi mobilizado e apoiado por dois surdos, um de Belo Horizonte e outro do Rio de Janeiro, para organizar a fundação de uma associação de surdos em Juiz de Fora. Com a vontade coletiva e social, resolveram fundar uma associação com o objetivo de trazer e unir os cidadãos surdos para lutar na garantia de seus direitos e de uma vida plenamente acessível e segura. Fundou-se a Associação dos Surdos de Juiz de Fora, no dia 30 de maio de 1992, com a participação de 43 fundadores surdos e ouvintes, que hoje já faz mais de 27 anos de sua existência.

Até hoje, não há a sede oficializada, possuindo os diretores, e o presidente atual, que lutam bravamente para conseguirem a sede. Essa instituição tem como objetivo garantir mais acessibilidade para o surdo, combater o preconceito, fazer o ouvinte ter o conhecimento da cultura surda, ajudar e tornar a LIBRAS reconhecida por toda região, buscando a efetivação da lei nº 10.436/02.  

Muitos associados surdos acreditavam na Associação dos Surdos de Juiz de Fora, como uma instituição para solucionar os conflitos surgidos na sociedade, na educação, no trabalho e emprego, na saúde, no esporte e na política. Pretendiam que a associação possa defender a cidadania de pessoas surdas na cidade, que muitas vezes, ela não era bem visível, recebida e respeitada pela sociedade e pelos órgãos públicos.

O papel da associação é buscar e articular com as políticas públicas na garantia dos direitos de acessibilidade nos serviços públicos, nas escolas, no mercado de trabalho, na saúde, nos eventos culturais, sociais e políticos, entre outros. A associação vinha tentando um espaço, como casa própria, para executar as atividades necessárias para o atendimento ao sócio surdo, mas não tinham condições financeiras para conseguir comprar um terreno ou lote, para construção da sede própria, pois a maioria dos surdos não tinha um bom emprego com bom salário para arcar uma boa contribuição mensal.

Famílias de surdos, intérpretes de Libras, voluntários, profissionais e políticos ouvintes já participaram nos trabalhos da associação, mas não conseguiram dar andamento aos objetivos e ideais para a comunidade surda. A comunidade surda foi paciente e aceitou muitas vezes as sugestões da maioria ouvinte para melhorar a nossa qualidade, mas não aconteceu de fato. Havia, aproximadamente, dezessete anos atrás, os cidadãos surdos começaram a desacreditar da sociedade e da política para apoiá-los nos projetos tão sonhados. Como, por exemplo, a falta de sede da associação onde se poderia atender e realizar projetos e ações necessárias à comunidade surda, às famílias  de surdos, aos órgãos públicos e privados, à sociedade para exercermos a nossa cidadania e inclusão social. A Associação dos Surdos de Juiz de Fora, com 27 anos de existência, teve muitas decepções com a falta de vontade dos políticos e da sociedade pela falta de espaço e apoio aos projetos que atendam as necessidades da comunidade surda. 

Com esta realidade, os surdos começaram a se interessarem em se inscrever na associação para participar, unir e fortalecer os nossos direitos. Fora o terreno, a ASJF funcionava em um imóvel alugado para realizarmos cursos, encontros, palestras e atendimentos aos surdos e ouvintes, que tem trazido parcerias para a valorização da comunidade de pessoas surdas no município de Juiz de Fora.